Um tribunal holandês condenou um dos co-fundadores do serviço de mistura de criptomoedas Tornado Cash, atualmente sancionado, a 5 anos e 4 meses de prisão. Embora o nome do réu tenha sido redigido na sentença, sabe-se que Alexey Pertsev, um russo de 31 anos, estava aguardando julgamento na Holanda por acusações de lavagem de dinheiro. Pertsev, um dos desenvolvedores do Tornado Cash, foi preso em Amsterdã em agosto de 2022, dias depois que o Departamento do Tesouro dos EUA sancionou o serviço por permitir que atores maliciosos, como o Grupo Lazarus, lavassem e sacassem seus lucros. Além do cumprimento da pena, o réu deverá confiscar ativos de criptomoedas no valor de € 1,9 milhão (~ $ 2,05 milhões) e um carro Porsche que havia sido apreendido anteriormente. O tribunal afirmou que as operações do Tornado Cash eram inteiramente responsabilidade de seus fundadores e que não integraram mecanismos suficientes para evitar abusos. Tornado Cash funcionava como um misturador de criptomoedas descentralizado, permitindo que os usuários mascarassem a trilha da transação blockchain misturando fundos obtidos ilegal e legitimamente, tornando-se uma opção lucrativa para adversários que procuram obscurecer a origem do dinheiro roubado. A Justiça dos EUA indiciou dois outros fundadores do Tornado Cash, Roman Storm e Roman Semenov, acusando-os de conspiração para cometer lavagem de dinheiro, conspiração para violar sanções e conspiração para operar um negócio de transmissão de dinheiro não licenciado. O caso gerou um debate, com defensores da privacidade argumentando que ferramentas de anonimato como o Tornado Cash não deveriam ser criminalizadas, enquanto os governos tomaram uma posição firme contra ofertas não regulamentadas que poderiam ser exploradas por maus atores para fins ilícitos. O tribunal holandês descreveu ainda o Tornado Cash como combinando “anonimato máximo e técnicas de ocultação ótima” sem adicionar disposições para “possibilitar a identificação, controle ou investigação”. “Tornado Cash não é uma ferramenta legítima que foi inadvertidamente usada por criminosos”, afirmou. “O réu e seus cúmplices desenvolveram a ferramenta de maneira a realizar automaticamente os atos de ocultação necessários para a lavagem de dinheiro.”